Água de boa qualidade em um cenário onde falta preservação
Água de boa qualidade em um cenário onde falta preservação
Publicado em 22/03/2017 17:16 - Atualizado em 22/03/2017 17:35
No dia mundial da água, um pequeno município com alta qualidade de abastecimento à exploração minerária, reflete hoje a falta da preservação, por parte desse mercado, a esse importante bem natural.
O sentimento é de perda. Mas agora não somente a perda da água. Mas a perda da qualidade da água que fica e segue no rio Santa Bárbara. O grande complexo minerário da empresa Samarco, na região, precisa da água do município para sustentar seu processo de produção. E daqui a empresa busca levar água de qualidade para transporte e enriquecimento de minério.
Não haveriam, então, de pensar em preservar e mitigar os danos ambientais causados para garantir quantidade e qualidade das águas, uma vez que são gastos mais de 2 milhões e cinquenta mil litros de água retirados em 24 horas de funcionamento, desde o segundo semestre de 2013?
É visível que a construção de poços artesianos e o uso de carros-pipas na cidade já refletem uma dificuldade de abastecimento, em comunidades distritais e rurais.
Além desse cenário, sabe-se que o esgoto das cidades de Santa Bárbara e Barão de Cocais são lançados no rio após o ponto de captação da empresa Samarco. Sabe-se, também, que é preciso tratar esse esgoto para amenizar os danos causados nesse rio, principal afluente da Bacia do Rio Piracicaba. Mas, enfim, parece que o que mais se sabe é como gerar enriquecimento minerário. Mas sabe-se pouco, talvez, de como preservar a principal fonte desse enriquecimento.
A água que levou de Mariana muitas histórias ao longo de todo o rio Doce em 2015, agora gera essa nova reflexão: se precisamos da água para produzir riquezas, como não preservá-la como principal fonte dessas riquezas?
E como disse Eduardo Geraque, hoje, no Folha de São Paulo, refletindo as palavras do biólogo Samuel Barreto, “uma gestão mais moderna de recursos hídricos não pode se concentrar apenas no aumento da oferta”. Para o biólogo “é importante que a gestão hídrica seja uma política de Estado, independente dos governos (...) o Brasil precisa mudar de patamar”.
por Comunicação