Hotel Quadrado
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Publicado em 25/06/2010 16:26 - Atualizado em 10/02/2011 09:42
Construído no início do século XX, em estilo barroco, é o meio de hospedagem mais antigo da cidade. Em 1999 foi totalmente restaurado, mas mantém seus traços originais.
Estruturalmente é um belíssimo casarão de esquina. Não tem documentação que comprove a data do início de sua construção e nem quem ordenou a edificação. Para alguns especialistas, o prédio foi edificado para funcionar como hospedaria e é um dos pioneiros para esta atividade construído nesta região.
Sua porta principal era a que dava para a rua Conselheiro Afonso Pena e por ela passou personalidades do império e da república, religiosos, viajantes e turistas vindos de várias regiões da Europa. No apogeu do comércio em Santa Bárbara, incentivado que foi pela construção do ramal ferroviário, o Hotel Quadrado floreceu e ganhou fama internacional pela limpeza, pela comida e pela hospitalidade, o que foi durante décadas sua mais robusta característica.
Hoje a entrada principal não é mais a mesma. A necessidade dos tempos modernos exigiram um maior espaço destinado ao estacionamento de clientes e fez com que os novos proprietários, no processo de restauração e revitalização do prédio, transferisse para a praça da matriz a porta principal de acesso aos hotéis.
Em suas duas fachadas (a da Conselheiro Afonso Pena e a da Praça da Matriz) possui, além das portas, vária janelas de esquadrias de madeira, vidro e fechamento do tipo guilhotina. Apesar das várias intervenções por que passou, o prédio mantém todo o seu estilo original. No seu interior, entretanto, observa-se uma mistura do moderno com o erudito do barroco mineiro o que deixou a construção com aspecto acolhedor, já que as modificações realizadas não agrediram o estilo existente, pois foram reproduzidos até pisos da época para não alterar o já existente.
O fundador do hotel o batizou primeiramente de “Hotel do Comércio”. Era apenas o nome oficial, conhecido mesmo ele ficou com o sobrenome de seu fundador: Quadrado. Além de Hotel do Comércio, chamou-se também Santa inêz, em homenagem a uma de sua proprietárias.
Várias histórias e estórias estreitam as ligações deste monumento com a história três vezes centenária de Santa Bárbara. Na Revolução Constitucionalista de 1930, diz a tradição, um grupamento de 50 soldados revolucionários, cansados de esperar pela comida da tropa, invadiram o prédio e atacaram a cozinha onde consumiram os panelões da comida destinada aos hospedes. Prometeram que pagariam após a revolução, mas até hoje a conta permanece pendurada.
Hospedes ilustres desfrutaram da gentileza e da hospitalidade de D. Maria Quadrada, esposa do fundados do Hotel, Sr. Joaquim Quadrado e deliciaram com sua comida: Joaquim Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o Barão de Cocais; João Batista Chinchorro Coutinho – O Barão de Catas Altas; o escritor e romencista Agripa de Wasconcelos, enquanto escrevia sua obra mais famosa por aqui “O Gongo Soco”; o médico e também escritor e romancista Pedro Nava, enquanto escrevia a obra meio alto-biográfica “Baú de Ossos” e tantos outros.
por Comunicação Social